
© Márcia Lessa
Entre Paredes
``Falar de Carlos Paredes é, para mim, muito mais do que falar de um músico genial, é falar de alguém que teve um impacto enorme no meu percurso enquanto músico.``
Nascido a 16 de Fevereiro de 1925, em Coimbra, filho do famoso compositor e guitarrista Artur Paredes, Carlos Paredes viria a produzir uma obra musical, rica e complexa, que se confunde ela própria com a Cidade e o País. Foi com o seu pai, disse, que aprendeu “a tirar da guitarra sons mais violentos, como reação ao pieguismo langoroso a que geralmente a guitarra portuguesa estava ligada”. A sua forma inovadora de abordar a linguagem da guitarra de Coimbra marcou indelevelmente a cultura musical portuguesa indo a sua influência muito além do som da sua guitarra. E era Coimbra que se ouvia quando Paredes abria a caixa da sua guitarra nos muitos palcos que pisou por esse mundo fora, mostrando que Coimbra é uma canção feita de tradição, mas temperada com muito sonho e invenção.
E é do sonho que nasce este projecto. E da vontade de percorrer o caminho inverso e trazer outros mundos ao universo de Carlos Paredes. Referência maior da cultura coimbrã, Carlos paredes assumiu-se como um artista universal. A sua música recusa todos os rótulos e revela- se com renovada vitalidade à medida que os anos passam, constituindo fonte de inspiração para criadores dos mais diversos quadrantes. E, no entanto, essa mesma música, continua a ser inexplicavelmente coimbrã, portuguesa e da sua época.
No ano da celebração do 95o aniversário de Carlos Paredes, Bernardo Moreira propõe-se a gravar, com o seu septeto, um disco em que revisita oito temas compostos por Carlos Paredes, sem esquecer a sua paixão pela música tradicional portuguesa (dois temas adicionais).
O contrabaixista regressa a Paredes dezassete anos depois de ter editado o disco “Ao Paredes Confesso” (Universal, 2002), disco que se tornou um marco na história do jazz português.
Nas palavras de Bernardo Moreira:
“Falar de Carlos Paredes é, para mim, muito mais do que falar de um músico genial, é falar de alguém que teve um impacto enorme no meu percurso enquanto músico.
A descoberta da sua obra levou-me, há 17 anos atrás, a editar um disco ao qual chamei “Ao Paredes Confesso”, onde me propus dialogar com ele, através de algumas das suas maravilhosas e eternas melodias.
Passados estes anos, percebo o efeito que tudo isto teve em mim, levando-me a explorar universos que eu pensava estarem tão distantes do meu mas que, na verdade, se tocam formando, na realidade, um só.
Neste projeto, “Entre Paredes”, proponho-me contar a segunda parte da história, no sentido em que, se no primeiro disco foi Carlos Paredes a ser chamado para o “universo Jazzistico”, desta vez, a ideia é precisamente o oposto, ou seja, sermos nós a entrar no território tão especial e delicado do Mestre.”
© Márcia Lessa
Ficha Artística
Bernardo Moreira: Contrabaixo João Moreira: Trompete Tomás Marques: Saxofone Alto João Mortágua: Saxofone Soprano Ricardo Dias: Piano Mário Delgado: Guitarra Joel Silva: Bateria
Apoios
Entre Paredes é apoiado pelo Município de Coimbra e pela Sociedade Portuguesa de Autores


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